Se ouvir um pedido de socorro vindo de dentro do peito,
ouça em silêncio os gritos em desespero, a ofegante busca,
talvez sejam ecos da própria angustia,
reflexos da própria impaciência, da eterna aflição,
mas, pode ser o destino lhe convocando para transformá-lo
em socorrista de si mesmo.
Ao longo do existir, houve alguns desmoronamentos com o seu andar,
e suas atitudes soterraram dentro da própria alma... sentimentos.
E ficaram isolados pela rudeza do cotidiano,
verteram-se em ressentimentos,
e permaneceram ilhados pelo desamor.
E tudo o que tinhas de belo e puro,
toda sua delicadeza com o outro,
toda a sua brandura com as diferenças,
e toda sua suavidade no olhar,
perderam-se nas entranhas da duvida e mínguam em prantos,
desfalecem em solidão,
enfraquecem de medo,
e sozinho estremece na escuridão dos vazios.
E em vão espera ajuda, implora uma mão.
E a vida em desafio, em resiliência,
o convoca para transformar-se na mítica ave que renasce das cinzas... Fênix.
E fazer de ti... um superar, ressurgir, reaparecer,
reaprender a conviver com as verdades e consigo mesmo,
e em jubilo resgatar todo o amor que ainda resta soterrado dentro da alma.
Portando...
Resgate... o sonho... o afeto, o você que você soterrou,
o amor que escondeu.

Ari Mota

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